Em todos os momentos da vida, encontramos a sabedoria de que ‘tudo tem seu tempo’, como nossos avós costumavam nos lembrar carinhosamente. Em nossos momentos difíceis, é natural que desejemos resultados imediatos, pois o ritmo do tempo muitas vezes nos parece apressado quando somos jovens e inseguros. No entanto, o tempo é um amigo gentil e paciente, guiando-nos por diferentes fases da vida. Ele se estende para alguns e passa rapidamente para outros, mas está sempre ao nosso lado, nos ensinando a fluir com seu ritmo.
O tempo da Espera
Na juventude, muitas vezes, experimentamos uma sensação de direito. Acreditamos que merecemos tudo – uma vaga na faculdade, mais atenção dos pais, presentes e carinho. Muitas vezes, ignoramos a reflexão sobre o que devemos fazer para merecer essas coisas e pulamos diretamente para a ideia de ‘eu mereço’. Como resultado, esperamos ansiosamente. Quando o mundo não se alinha com nossos desejos, sentimos frustração, como se estivéssemos corretos em um mundo errado, com uma família errada ou pais errados.
Desejamos mudanças, mas raramente avaliamos o que podemos mudar. Sim, somos jovens, e uma parte fundamental da juventude é explorar a vida com todas as suas alegrias e tristezas, definindo os parâmetros para nosso crescimento futuro.
Assim, criamos um ambiente onde o amor coexiste com a insatisfação. Lutamos por nossos desejos, focados em nossas próprias dificuldades. Alguns de nós permanecem nesse estágio por muito tempo, esperando que o mundo mude, que a família reconheça nosso valor ou que um chefe injusto finalmente nos valorize.
Essa espera fora de sincronia com o tempo causa uma dor profunda. No entanto, é essa mesma dor que nos fortalece.
O Tempo do Plantio
Conforme amadurecemos, começamos a compreender que o tempo é mais flexível do que pensávamos. A dor e a dificuldade podem nos transformar em buscadores, nos levando a reconhecer a importância do equilíbrio na vida. Costumamos não crescer quando estamos confortáveis. Aprendemos que dar algo ao mundo pode ser a chave para receber algo em troca. Exigir demais de nós mesmos e dos outros raramente traz resultados positivos, e começamos a entender que fluir com o tempo e o ambiente ao nosso redor é mais eficaz. Estamos nesse estágio intermediário, onde às vezes ainda esperamos e, em outros momentos, plantamos ativamente e assumimos o controle de nossas vidas.
Os pais se alegram ao ver seus filhos ficando de pé por conta própria. São filhos que se movem e, em suas lutas, se reconhecem em seus pais, compartilhando experiências de vida sem garantias de resultados, optando por seguir em frente, em vez de apenas esperar.
“Você está plantando, meu filho, e fico feliz em vê-lo assim.” Durante o período de semeadura, redescobrir a presença dos pais se revela como o melhor fertilizante.
O Tempo da Colheita
À medida que envelhecemos, nossa relação com o tempo muda mais uma vez. Não se trata mais de sentir que merecemos algo, mas de desenvolver uma conexão mais profunda com a vida e o tempo. Diante das pequenas perdas, descobrimos nossa força e a capacidade de avançar com confiança.
Começamos a reconhecer que fazemos parte de um movimento maior que nos alcançou por meio dos nossos pais. Estar em paz com esse sentimento de pertencimento é um dos maiores presentes deste mundo. É como se recebêssemos um presente no dia de nosso nascimento, mas só o desembrulhássemos muitos anos depois.
Sentimo-nos confortáveis com nossa jornada e com quem somos, com o que temos. O que foi plantado no passado agora floresce, nutrindo-nos mais uma vez. Aceitamos com serenidade o que não se desenvolveu como esperávamos e seguimos adiante, abraçando o tempo e a vida da maneira como eles se apresentam. Compreendemos que não estão aqui para servir a nós; estamos aqui para servir à vida.
A mensagem é clara: o tempo é nosso companheiro de vida, e devemos aprender a caminhar ao seu lado, abraçando cada fase com sabedoria e paciência.